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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os Lábios e Nárnia

Mesas sujas, cadeiras sujas, chão sujo, gente suando, e soando, eu era um. Atravessei rapidamente aquele nojento salão, não olhei as moças com decotes compridos, desvairadas por dinheiro, vendendo além do que deveriam vender.
Ao sair me deparei com uma moça cheia de meandros, não me interessava, estava com apenas uma em mente, aquela de porte pequeno, rosto sensível e delicadeza profunda.
Caminhei por alguns minutos, talvez trinta, passei por casas de várias cores, com luzes acesas, de várias cores, ouvia vozes vindas de dentro das mesmas, de vários tons, me perguntava até que ponto seria verdadeira aquela animação camuflada, ou talvez, seria apenas uma vitrola antiga soando.
Caminhando pensei na vida, nas paixões, nas traições desejadas e indesejadas, afinal, qual homem nunca traiu? Difícil seria achar uma mulher com a certeza de nunca ter sido traída, afinal, pensamentos são um leque de traições, na mente de cada passa coisas inimagináveis, mulheres despidas, mulheres posicionadas, de lado, de frente, em pé, no sofá...
Cheguei diante da porta, talvez estivesse deitada, bati suavemente, atento ouvi aquela voz doce reclamar da perturbação, ao abrir, à vi com uma camisola curta, com algo bem mais curto por baixo, a olhei da cabeça aos pés, desejei-a toda, mas estava com o orgulho preso na garganta para pedir humildemente uma noite.
- entra
- não quero
- tava lendo, acho haver tempo de eu viajar novamente nas explorações de Polly e Digory
- creio que o Tio André os tenham aprisionado muito bem entre os dois mundos
- já voltaram
- acho que ta tarde
- concordo com você, quer entrar?
- quero uma noite
- acho que não estou disponível sempre
Nárnia sumia como o ateísmo de um ateu correndo na contramão do inevitável.

sábado, 16 de outubro de 2010

Gemidos De Dor E Alegria

É difícil construir uma relação, ele nunca construiu uma, pelo menos não até... não é a hora deste relato, vamos considerar que ele nunca teve uma relação, pelo menos até certo ponto, namorou com uma vizinha durante três meses, nada de notório, línguas não se tocaram, desejos não se tornaram reais, o termino veio com as ligações noturnas e matinais, conversas sem fluxo, sem segredos, sem desejos, se contentavam com declarações ralas, opacas.
Aos poucos se acostumava com uma vida vazia, até que veio mais uma paixão, uma colega da vazia espiritualidade cristã da igreja que até então freqüentava, mas contratos telepáticos nunca foram confiáveis, ao não deixar o namoro pacato, a mini-beata afundou-se na triste sina que propõe o distanciamento.
Ele escoava rapidamente pelas avenidas centrais, não digo que procurava um motivo para viver, essas reflexões raramente se apresentam, mas de acordo com Sartre, apresentam-se. Acostumou-se a viver sem motivos. Encontrava todos os dias garotas atraentes, com meandros chamativos, não para ele, mas era experiente o suficiente para que elas não o notasse.
Certo dia encontrou por acaso uma, em um corredor com rampas longas e sujas, se olharam sem afetar os caminhados tristes e confusos da adolescência, sorrisos sórdidos de canto de boca os seguiram por meses. Aos poucos ele ganhava habilidade, tocavam-se línguas, mamilos, sentiam prazeres, as conversas noturnas ganhavam outro tom, totalmente diferente daquele sem segredos, sem ereções, se tornavam conversas sujas o suficiente para ser amor, não se julgavam, talvez assim fosse feita a assimilação sexo/amor, muita conversa sem muita finalidade, meses passaram,os corredores ficaram manchados de suor e gemidos, corredores longos e sujos, talvez os corpos cassem um do outro.
Em uma das mudanças necessárias, mas por acaso, conheceu gente como ele, pelo menos assim pareceu, gente sem muito a dar ou a receber, mas alegre, bonita, não que ele fosse bonito, rosto um pouco tanto redondo, corpo um pouco tanto definido, encontrou gente que assim como ele, não saberia nunca juntar desejo-amor, o julgamento esteve presente novamente, a cada mordida, a cada gemido de dor e de alegria, o sorriso foi ao rosto como o filho vai à mãe, como um anjo terno rumo ao inferno.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dança Da Menina Esguia

A noite se passa, as horas lentas como um caminhado de feriado.
Minha mente está vazia, não totalmente, há aquela mulher. Jovem de pele branca, ou talvez, amarela, cabelos sem definição, horas lisos, horas um pouco rebeldes. Tem olhos fantásticos, não sei por que, mas olhos sempre me trouxeram um ponto de interrogação, não levarei para o lado místico: os olhos não são dignos de serem corrompidos pela triste sociedade que vivemos, eles não falam por falar, não como o corpo, este sim, somos capazes de controlar com imensa facilidade.
Lembro-me com nitidez dos primeiros dias, talvez eu mentisse descaradamente, talvez não gostasse dela, realmente, mas dizia que sim. Não digo que me acostumei, ou que o tempo trouxe o sentimento, sinto algo, nada mais.
Nesta noite me vem a falta daquela voz cativante, nenhum pouco convincente. O sorriso, não é perfeito e sem falhas, mas não deixa de ser lindo, o sorriso é bonito por se mostrar o riso, a sinceridade do mesmo, a simetria fica em ultimo plano.
Ouço boa musica, pelo menos coerente, me faz lembrar-la, como diria Nando Reis: [...] não há idéia que alcance ou seja parecida com a imagem da menina esguia, com a bolsa a tira-colo[...]
O vento dança nas roupas no varal, ele não serve para embelezar a exaltação da “menina esguia”, seria arcaico demais.
Neste momento não a vejo, nem a escuto, deve está dançando entre mesas, deve está arrancando suspiros em um lugar qualquer, olho para um anel de vidro, este que me lembra de como o frágil não é, necessariamente, uma absolescência programada.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Gente Só Não Inventa A Dor

Uma gota chocasse com o solo, neste breve deslocamento de 163 centímetros passaram mais de 163 pensamentos irreais, entre estes, alguns que representaram tristeza, alegria, beijos e o passado.
Neste espaço de tempo, minha vida acelerou-se uniformemente descontrolada, que de uniforme não tinha nada. Inventei uma função para aliviar-me, nada útil à ti.
Uma musica fazia-me chorar, uma carta, lembrar, de momentos que já foram tudo, mas o tempo fez questão de me mostrar que há algo mais importante, ou não, para me preocupar. Logo o tempo, que um dia foi meu amigo, meu grande aliado. Amizade que não volta mais, certo dia em que pretendia parar, não tinha me dado conta de que tempo não para, não congela, muito menos condensa as nossas dores. Tanto eu queria que a vida congelasse como fotografia, que a vida parasse, amarelasse.
Acho que tenho certeza que acredito no poder do tempo, que ele nos ajuda a superar as dores, até porque ele continua andando, sem olhar pra trás, que a vida não é como nós, que as vezes deixamos outros para trás com a promessa de voltar para buscar-los, ela simplesmente anda, não diz uma palavra, quando disser, será para nos contar do quanto perdemos...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Era de vidro, mas não se quebrou

Parei em frente a uma vitrine, olhei o brilho que de lá nascia e dei alguns passos, era como se algo me chama-se de volta, relutei, andei mais um pouco, parei.
Diante da vitrine não lembro muito, só lembro que entrei após pensar mil coisas, sem se encaixarem.
Dentro da loja, olhei aquele anel por um tempo, perguntei de que era feito, recebi um leve e suave:
- não está à venda, senhor
- gostaria de comprar-lo
- mas não está a venda,
Voltei a insistir:
- mas por que, não? Não importa o preço
- este anel é de vidro senhor, não tem valor algum
- se é de vidro, por que ele emite tanto brilho?
- o senhor está enganado, este anel não emite brilho
Após muito insistir, consegui comprar o anel, levei-o para casa, olhava-o de todos os ângulos, não me parecia feito de vidro... O coloquei dentro da mochila.
No outro dia, passando pelo corredor enxerguei uma garota, de brilho intenso, sorriso no rosto e... brilho intenso. Peguei rapidamente o anel, algo tinha mudado, o anel não brilhava, mas, os olhos, os olhos sim. Caminhei lentamente em direção a garota, disse:
- tenho uma encomendo
- pra mim?
- sim, acho que sim
Nunca aquela garota, aquela boneca, saiu de meus pensamentos, nem o anel. Creio que não era real, talvez o anel não brilhasse mesmo, talvez... talvez, o anel que dei a ela fosse de vidro, mas tenho certeza, que ele não se quebrou.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Chá de sumiço

Volta e meia ouço o que ouvimos: tomou um chá de sumiço, foi?
Esse famoso chá, que não tem cheiro, sabor, mas tem veracidade.
Estou meio preso as raízes de meu recanto, meu canto está silenciado, perdi a pouca sagacidade restante, ando da cama para a mesa, reescrevo textos inéditos, ouço infindáveis melodias.
Tenho evitado evitar as coisas, tenho tentado tentar as pessoas, pôr o dedo em feridas alheias (não aconselho), o que me trouxe um pouco de paz, talvez por está quase sempre sozinho. Não que eu tenho me afastado das pessoas, elas que se afastam de mim, sinto a necessidade de mudar, de provar o novo, sem esquecer-me do velho.
Ando abastado das coisas, olho ao longe, mas nada vejo... Penso, em indispensáveis besteiras, entre elas, uma coisa que percebi importância de grande tamanho, o tal, o tal, o tal chá de sumiço, será ele real? Se real qual será sua composição, vários e vários compostos aromáticos?
Andando cabisbaixo, da cama para a mesa, reescrevendo textos inéditos, ouvindo infinitas melodias. Seria o tal, feito de um pouco de tristeza e uma leve dose de preguiça?

terça-feira, 6 de julho de 2010

Pano, Linha... Amor

A consagrei-a mais bela de todas, que encanta meu canto no chuveiro, alegra minha poesia diária e incita minha oração noturna.
Em um vestido de renda me arrendou o coração, simplicidade cativa com evidente beleza altiva. Me cativa sua simplicidade, quase sempre de cabeça em pé e com sorriso no rosto, com bola pra frente e bola no chão.
Pensei em uma consagração mais nobre: princesa, deusa, rainha... Porém, nenhum título se mostrou nobre perante sua alusão, então achei conveniente ser conveniente e não penso em idolatrá-la, mas sim, em uma garota feita de pano, com linha, agulha e amor.
Passei a ser o mais lúdico dos apaixonados, segreguei-me da vaidade e agreguei-me na amplitude do ser, no seu sorriso e em sua preocupação, sem sentido quase sempre, já que quase sempre fomos afastados e abastados um do outro. Veio-me sem avisar, sem mandar prefácio ou pré-texto, ignorou a regra e a exceção, e talvez sem interesse, me teve completamente em mãos.
Decidi deixar-me alucinar, adormecer assustado procurando quem nunca vi ao lado, e assim, dia após dia, irei seguir o que reza a lenda e o que manda a prenda, deixar a beleza do “ser”, ser, vou deixar-la livre, para assim um dia quem sabe, possa bater em minha porta, possa e passe a se encantar por meu canto, que nesse dia sinta-se a vontade para se acomodar em meu recanto, boneca de pano minha, minha prece é que se apresse...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um Passo a Mais

De ontem em diante não estou mais parado, dei um passo pequeno, ou talvez, enorme.
A partir deste, passei do repouso ao movimento, em funções horárias indescritíveis, sai do zero e me aproximei do infinito.
Tenho medo desta iniciativa. O passo pode ser progressivo ou retrógrado, benéfico ou maléfico, saudável a mim e a outros, ou não.
Passo este impossível de ser estudado, com várias variáveis e detalhes infinitos.
Sinto que o acontecimento pode mudar minha vida, talvez não amanhã, ou daqui a uma semana, pode durar meses ou anos, mas algo acontecerá. Bate-me o medo. Qual a conseqüência, qual o grupo a ser unido, qual segregação este feito se agregará?
Não há respostas, deixo-te uma “...”.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Quem matou a poesia?

Enquanto todos riem, nós fazemos rir, enquanto se divertem, trabalhamos.
Mataram a poesia, mas a ascendemos novamente. Mataram a poesia, não foram os “Deuses”, nem os jabás, mas sim a ultima palavra, a que faz vozes se dispersarem, versos se calarem, colocarmos um sorriso de ironia, aonde deveria existe alegria.
Fazemos o melhor e o pior, trabalho luminoso e sórdido, leve e árduo, para aqueles que ignoram, a cada dia, a mãe de todas as paisagens, palavras, verdades e mentiras. Mãe e pai da mentira, essa mesma que necessita incontrolávelmente de uma verdade.
Diminuiram nossa criadora de cobras, aquela que me ensinou a mentir por uma verdade, disse-me que uma mentira necessita de uma verdade, ensinou-me a não fazer do problema um problema.
De que adiantou? Mataram a alegria, dispersaram pensamentos, jogaram embaixo do tapete nossa mentira mais real.

(link) “as mentiras da arte são tantas... são plantas artificiais. Artifícios que usamos para sermos (ou parecermos)... mais reais”. Lendário, Humberto Gessinger.

sábado, 5 de junho de 2010

Hoje eu acordei mais leve


Abri os olhos lentamente, talvez por medo de não encontrar-la, ou de encarar olhos iguais aos dela. Olhos estes que pouco vi, mas muito despertaram a curiosidade de um principiante no labirinto das fantasias românticas, fantasias estas que me alegram, despertam para a realidade.
Tentei me preparar para abrir os olhos, percebi que era cedo, tanto para abrir como pela hora, tentei raciocinar um instante, permanecia numa espécie de estado vegetativo.
Imaginei cuidadosamente cada traço do rosto daquela mulher, na verdade, acho-a mais parecida com uma boneca de pano que com mulher, a mais bela boneca de pano, olha-me de tal maneira que, faz um sentimento anormal que flora no fundo do poço sem fundo de meu coração, talvez o olhar direcionado a mim não passe de ilusão.
- está na hora, vou abrir e vou dar-lhe um belo sorriso de boa noite... 1, 2, 3 e já: ...
Passei o dia inquieto, pensativo, desmotivado, desamparado. Escrevi uma carta, daquelas sem destinatário, sem pista de remetente.
Lembro-me apenas de um sorriso, no momento do ponto final, talvez de alegria ou ironia, sorriso em um final de tarde, sem pôr-do-sol, somente com olhos no horizonte de minha alma ou talvez na lua... na varanda, no tudo do nada, pra ser sincero, se é que aqui posso ser.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Crescer Dói

Passamos anos com pessoas fantásticas (pelo menos para nós), mas chega o dia das despedidas, estas que não são nenhum pouco saudáveis.
Quando crianças, vamos descobrindo a cada dia o quão grande é o mundo, e que a cada dia podemos chegar mais longe e conquistar coisas nunca então imaginadas, fazemos amigos, criamos romances, monstros e heróis. Mas chega o dia de deixarmos o maravilhoso mundo quixotista de lado, ou melhor, para trás.
Entramos em um mundo paralelo, tão que as vezes somos obrigados, necessários a retornar ao maravilhoso mundo das ilusões para nos refugiarmos. Algumas pessoas continuam juntas desde o mundo quixotista, passamos anos, não formamos mais romances globais mas sim, romances literários, formulamos falsos amores, sofremos com falsas e verdadeiras ilusões, rimos com falsas e verdadeiras coisas que não fazemos delas um problema sequer.
Há o dia em que tomamos coragem, sofremos bastante, enfrentamos uma Guantánamo pessoal, quando deixamos o coletivo pelo individual, o plural pelo singular, chega o dia de deixarmos na estrada amigos, minimigos, transeuntes. Saímos em busca de novos horizontes (se não for isso o que será?), deixamos aqueles que um dia serão tudo, para darmos vaga a novos que já foram.
Todos continuam para sempre conosco, mas o passado não é lembrado como o amanhã, e o presente se faz banal como um amor verdadeiro.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Meus Moinhos de Vento

 
Vivo andando alheio ao mundo, aos outros e ao nada. Talvez me taxem de louco um dia.
Não considero a loucura algo assustador, na realidade considero algo mágico, pois o que chamam de loucura nada mais é que a porta da liberdade aberta, onde passamos e deixamos escancarada para quem sabe um dia voltarmos à triste realidade (aquilo que chamam de real).
Não se espantem se me virem falando sozinho no meio da rua (é de praxe), não estranhem se chegarem em minha casa e me virem todo suado de tanto jogar uma tampa na parede e tentar fazer o gol em uma trave que na realidade é a pia de lavar roupa, onde há adversários e aliados. Não se assustem se eu lhes apresentarem o “R”, meu advogado do diabo, não se afastem se eu agir de várias maneiras diferentes repentinamente (não é TOC, pelo menos espero que não), é somente mais um Dom Quixote da vida se erguendo no mundo, que está explodindo o que a muito reprimiu.
Sou tão normal quanto um normal, aliás, a normalidade sim é uma coisa estranha e sem graça.
Nossa vida é baseada em três princípios: compreensão, destruição e reconstrução (outro dia falo mais sobre isso), com base nisso podemos ver que nada é para sempre, mas não podemos esquecer que não há volta pra nada, então por que tentarmos só compreender? Podemos destruir para trazer o novo, só tento destruir um pequeno tempo de minha “normalidade” com coisas que realmente me interessam. Meu mundo de ilusão, minha real realidade.
Todos temos moinhos de vento, só contei alguns meus.

domingo, 25 de abril de 2010

A Globo está se globalizando

Com muita alegria trago a tona o que já é sabido de todos.
Nos primeiros textos deste blog tentei apresentar certo ponto de vista: musica independente... Teatro Mágico.
Não de hoje sabemos o quão pouco globalizada a Globo é. O quão influente são as gravadoras (eldorados musicais) em emissoras como a tal.
A pouco Rick Bonadio (produtor de GÊNIOS musicais como Fresno e NX0) protagonizou uma verdadeira guerra fria contra Músicos independentes (Fernando Anitelli, Lenine), onde mesmos não pouparam defesas as suas “ideologias”, ou interesses temporários?
Na noite de 24 de Abril de 2010, sábado, houve na novela “Viver a Vida” da Rede Globo uma participação da Trupe do Teatro Mágico. Muito me estranha tal participação, já que Fernando Anitelli (Teatro Mágico) é um dos principais “opositores” a monopolização da indústria musical. Muito se fala de que o Teatro se vendeu. Não posso ser tão radical, mas me estranha incrivelmente tal participação, não que o TM não seja competente, mas sabemos que não há esse tipo de apoio por parte dos interesses da Emissora Marinho, emissora que é marcada por muitos interesses políticos, pessoais, financeiros e ideológicos, onde tentam manipular a visão do telespectador, que muitas vezes assistem bestializados o que lhes é imposto.
Espero que não seja bem o que parece, até mesmo por que “nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz”.
Espero que o sonho do Teatro Mágico não se apague ou muito menos se venda. Que seja sempre um silêncio ensurdecedor, seja sempre O Teatro Mágico não privatizado.

sábado, 10 de abril de 2010

Uma Declaração

(peço licença aos poucos e valiosos seguidores deste blog para fazer um texto diferente)

Quase um ano se passou. Aquele dia eu estava atrasado (como sempre). Cheguei à porta e a vi dançando, fiz aquela continência (ridícula eu sei). Simplesmente nos olhamos. Não vou inventar uma daquelas histórias que há em contos, pois só há em contos, nos olhamos friamente e pronto.
Como toda grande relação não faltou gritos, muito menos palavras baixas e confortantes, também houve longos e dolorosos dias de silêncio. Mas hoje quebramos esses dias. Não com palavras mas sim com um abraço. Abraços que foram tão escassos e desejados por ambos, mas pelo orgulho dos mesmos, só aconteceu duas vezes.
“Amigo é coisa para se guardar, do lado esquerdo do peito...”
Dennise, vc é uma pessoa inesquecível, brigamos, brigamos e brigamos, mas sempre fizemos as pazes, agradeço por você me mostrar o quanto uma (Patty rsrs) pode ser especial. Desculpa o afastamento, agora o que virá não será por vontade minha, mas sim por vontade de uma força maior (talvez o acaso).
Nunca vou esquecer você.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aquela quimera real

Certa vez olhei-me para ela, aquela que nunca tinha visto antes nem mesmo agora.
Confesso ter-me estremecido, aquelas três vogais em seu nome, aquele sorriso... não que houvesse algo de especial naquilo mas, havia com certeza algo natural ou, talvez sensualmente pura.
Nunca a esperei, mas a vi, tão bela, sorriso que me mostrava o brilho, não de dentes brancos, aliás, amarelos, eram amarelos. Sorriso que derrubou- me e me fez ter a mais profunda e verdadeira quimera. O mesmo me mostrou a capacidade de devolver: belas palavras, profundos olhares, e vários momentos de silêncio.
Ficamos dias nos vendo, nos conhecendo, mas como toda reação, ao ser constantemente alimentada nossa relação saturou, mesmo aconteceu em meu peito de tanto desgosto, tristeza e saldade.
Um espaço raro que deixou de ser ocupado. Uma rara que entrou e saiu rápido de minha vida. Espaço que dificilmente se preencherá.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Tirando do pedestal


Eu sou digamos que exquisistranho (que diabos e isso?). Tenho a mente aberta para as coisas, aliás, quem faz teatro vive disto.
Adoro rir dos outros e, mesmo quando não gosto, vi que rir de mim mesmo me tira de muitas furadas.
Outro dia disseram: “que é? Não adianta Rony, não vai conseguir me convencer a assistir essa peça, se eu assistir ela nunca mais vou ver o filme da mesma maneira”.
A pessoa se referia em não estar disposta a rir do “filme do séc. XXI” Crepúsculo, isso diante de sua sátira (Corpúsculo); produzida por um dos melhores produtores do teatro piauiense (Franklin Pires) e, tendo em seu elenco três dos melhores atores do estado (Bid... Franklin Pires e Luciano Brandão). Não entendo a falta de disposição de certas pessoas, há pouco larguei minha religião (não minha fé) justamente pela tal não aceitar questionamentos ou replicas a sua doutrina.
 Não entendo a vontade e complacência de muitas pessoas continuarem com a idéia ilusória de que o dia a noite e a madrugada são coisas distintas.

domingo, 21 de março de 2010

A escolha do artista

“Um dia me disseram que as nuvens não erão de algodão” isso não influenciou muito minha vida.
Um dia me disseram: “Chega o momento em que você tem que escolher entre o teatro e a vida”. Isso sim bateu no fundo do poço sem fundo de meu coração. O momento em que terei de escolher entre estar em cima do palco, ou na platéia. Não tenho certeza qual será minha escolha, sempre esperei e esperaram de mim uma grande profissão, oriunda de vários anos de universidade. Até que entrou em minha vida a arte (que muitos consideram vagabundagem), uma brincadeira séria que a cada dia me contagia mais e mais.
Não creio ser possível um ser humano explicar a felicidade, a alegria de quando subimos no palco, fazemos uma pintura, um verso, quando temos a impressão de dever cumprido.
Espero que quando chegada à hora, o meu amor prevaleça, seja pela arte ou por ter que percorrer outras trilhas, como diz Fernando Anitelli... “o poeta pena, quando cai o pano e o pano cai, um sorriso por ingresso...” e ultimamente... ultimamente não, sempre há e houve pessoas querendo de graça, a única coisa que o artista tem para vender.
Todo artista pode ser considerado um poeta (até o CREU?), toda forma de arte é poesia, desde a mais simples, desde as vielas da sabedoria e da agonia, da dor e do amor. A sina que mais parece um paraíso (acredito ser um paraíso).

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Descobri que o tempo não para

Perdi a noção. Percebi que não sou mais criança e que se não tomarmos cuidado, a esperança também dança (como monstros em anime japonês?). Talvez eu continuo com a mesma mentalidade, infantil e romântica, mas o tempo passou e minha pele mudou, meu rosto mudou. O desejo se tornou real, a malícia também, mas sempre romântica.
Ontem, após o ensaio do grupo de teatro que faço parte, ao deixar uma amiga em casa, enquanto tomava água me encontrei olhando-a dos pés a cabeça. Veio à mente uma surpresa: de quem é esse corpo de mulher diante de mim? Simplesmente minha visão especial pela tal, não me deixava ver que ela não era a princesa doce e criança que meu inconsciente formulou.
Pra ser sincero, já que nesse mundo digital e virtual podemos ser, tenho consciência que neste mundo, não posso ser ingênuo e infantil como sou; mas prefiro continuar assim, aceitando desculpas, mentiras, verdades. Espero ter pelo menos um pouco dessa essência que as crianças possuem, se for possível claro.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Como explicar o inexplicável?
Engraçado como uma pessoa pode fazer um texto sem ter nenhum conhecimento sobre o assunto.
Nada é fácil muito menos difícil, muitas vezes pensamos e repensamos e nunca chegamos numa conclusão, tentamos ser frios para tomar a decisão mais serena e valiosa (de que isso adianta?). Nunca acho agir correto, sempre me lasco e relasco- me, sou um completo idiota pela metade, mesmo tendo um certo nível de perspicácia.
Sempre tomamos (e é necessário) decisões complicadas, onde podemos magoar pessoas que amamos ou simplesmente desejamos ardentemente. Muitas vezes decisões em que são convenientes a nós. Seria legal tomarmos o rumo correto, aonde abordamos o lado da verdade e, o que realmente queremos?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tenho consciência que a verdade não existe

“Eu tenho consciência que a verdade não existe, eu posso está feliz e em um segundo ficar triste”
Muitas e muitas vezes já me perguntei: o que seria a verdade? Quem é a verdade?... Como quem é a verdade? Bom, acredito que o conceito de verdade é muito mais difícil e inexplicável que o conceito que os poetas tanto buscam, tais acham o termo “amor” uma palavra sem conceito, variante. Pra ser sincero, já que neste universo digital e virtual podemos ser, não sei o que é, nem acredito na verdade. Tal palavra para mim soa de forma tão superficial, tenho para mim que tal palavra não exista, ou melhor, tal conceito não exista. 
O que achamos ser verdade, na esquina acham que não; o que achamos ser, em outro país não é. A verdade o que seria? O que as diversas religiões falam, o que os cientistas afirmam ou apenas uma palavra banal, em que dita a vontade de quem manda, quem governa?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

25 anos de causas perdidas por amor
“que seja por amor as causas perdidas”
Há 25 anos, Engenheiros do Hawaii nasceu com um propósito peculiar, quebrar em plenos anos 80 a barreira sexo, drogas e Rock.
“A juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes”
Pra falar a verdade, não lembro como passei a escutar Engenheiros, ouço acredito que há uns 4 ou 5 anos, quando moleque cantava “O papa é pop,o pop não poupa ninguém... ei mãe, eu tenho uma guitarra elétrica” sem saber que iria além.
Me lembro quando veio a primeira vontade de comprar um álbum da banda, acredito ter sido em 2007, estava em uma rede de lojas, fui comprar um aparelho de TV com minha mãe e, na sessão de CD`s tocava a musica “Pra Ser Sincero”.
Raramente uma banda consegui me chamar a atenção, Engenheiros vai além disso, não só me chama atenção como me faz um chamado a consciência; me faz refletir sobre muitos temas que temo a debater, me permite a cada vez que ouço suas musicas, refletir de uma forma diferente (depende de meu estado de espírito) enfim, não pode ser dito com palavras o que realmente a musica retrata, varia de pessoa para pessoa, coração para coração, mente para mente.   

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Desculpem por falarmos português...
Nem de longe posso ser considerado uma pessoa nacionalista, e odeio o nacionalismo e a hipocrisia de pessoas que se dizem tal.
“Valeu... e desculpem por tocarmos em português”, frase dita em 1993, por Humberto Gessinger, vocalista da glorificada banda de rock Engenheiros do Hawaii, depois de ser vaiado um show inteiro em São Paulo por uma multidão a espera de um show de metal. O mesmo aconteceu no dia seguinte no Rio de Janeiro. No Rock In Rio 92, Lobão foi enxotado com latas de cervejas e vaias, numa noite recheada de bandas estrangeiras; no mesmo festival, agora em 91, aconteceu o mesmo com Kid Abelha e Ney Matogrosso; em 94 foi a vez de C. Brown Jr. Várias bandas fantásticas, vaiadas por uns putos de brasileiros.
O mesmo acontece com o cinema, será que “Tropa de Elite” o maior lançamento do cinema nacional no séc. XXI, teve mesma bilheteria que Harry Potter? Será que Renato Russo é idolatrado lá fora como muitos de nós idolatram John Lennon? Acredito que a pergunta a ser feita não é nenhuma das até agora feitas, mas sim: vc dar o mesmo valor a ambos? Os estrangeiros dão o mesmo valor a ambos? Acredito que os americanos não dão valor a Fernando Meireles como muitos “nacionalistas" dão a Steven Spielberg?...
Gostaria de fazer uma leve alteração a frase citada a cima “Valeu... e desculpem por falarmos português".