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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dança Da Menina Esguia

A noite se passa, as horas lentas como um caminhado de feriado.
Minha mente está vazia, não totalmente, há aquela mulher. Jovem de pele branca, ou talvez, amarela, cabelos sem definição, horas lisos, horas um pouco rebeldes. Tem olhos fantásticos, não sei por que, mas olhos sempre me trouxeram um ponto de interrogação, não levarei para o lado místico: os olhos não são dignos de serem corrompidos pela triste sociedade que vivemos, eles não falam por falar, não como o corpo, este sim, somos capazes de controlar com imensa facilidade.
Lembro-me com nitidez dos primeiros dias, talvez eu mentisse descaradamente, talvez não gostasse dela, realmente, mas dizia que sim. Não digo que me acostumei, ou que o tempo trouxe o sentimento, sinto algo, nada mais.
Nesta noite me vem a falta daquela voz cativante, nenhum pouco convincente. O sorriso, não é perfeito e sem falhas, mas não deixa de ser lindo, o sorriso é bonito por se mostrar o riso, a sinceridade do mesmo, a simetria fica em ultimo plano.
Ouço boa musica, pelo menos coerente, me faz lembrar-la, como diria Nando Reis: [...] não há idéia que alcance ou seja parecida com a imagem da menina esguia, com a bolsa a tira-colo[...]
O vento dança nas roupas no varal, ele não serve para embelezar a exaltação da “menina esguia”, seria arcaico demais.
Neste momento não a vejo, nem a escuto, deve está dançando entre mesas, deve está arrancando suspiros em um lugar qualquer, olho para um anel de vidro, este que me lembra de como o frágil não é, necessariamente, uma absolescência programada.

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