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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Andar com fé eu vou


Há anos fiz-me desertor das hostes católicas, dos que passei em batalhão de frente nunca conquistei disposição suficiente para acompanhar uma “Caminhada da Fraternidade”, evento que chega este ano a maioridade e com uma temática que me chamou a atenção: A gente bota fé na juventude.


A Igreja Católica mostra-se “antenada” com as discussões do tempo, fez o hino da campanha triunfar reinante nos quatro cantos da cidade, deixando a juventude na boca do mundo, desembocando no dia 9 de Junho de 2013 em que coligiu jovens de vario feitio. Espalhou pontos de venda de kits por toda cidade, não comprou quem não tinha ou quem não quis, com uma logística que impressiona pela eficácia, com erros que não compromete o todo, fazendo valer ressaltar uma tríade que raramente dá certo: Igreja/Estado/Iniciativa privada. No entanto, com cada um buscando sua paga, tudo correu bem.
 (Concentração da caminhada)
A concentração ocorreu no Adro da Igreja de São Benedito, templo inaugurado ainda no século XIX “pelo missionário apostólico, capuchino, Frei Serafim de Catânia, para servir de suntuoso pedestal ao querido negro da Corte Celeste” (BATISTA, 1985, pág. 179.) Em outras épocas o edifício servira de ponto de encontro para os corações teresinenses que se enamoravam, este ano deu licença para servir de ponto de partida à uma marcha pela fé, solidariedade e esperança na juventude que parece se perder.
Ainda na concentração ouvi feliz aos pedidos do padre Toni Batista, que não sujassem as ruas, pois quem ama cuida, mantém limpo; que respeitassem os passos cadenciados de quem já muito viveu ou de quem vive com alguma deficiência. Torci o nariz devido a multidão e também por ter mentalizado o longo percurso que teria de percorrer, mas este ato vil foi só um engano da mente, logo achei-me contagiado pelo clima de festa, segurei na mão de minha companheira e abri o espírito ao momento.
(Padre Toni Batista)
Após a celebração, deu-se início a caminhada, em poucos minutos a Avenida Frei Serafim que sempre está tomada por carros, abriu alas para dezenas de milhares de pessoas. Antes assim.
Logo de início percebi que tinham feito das palavras do Padre Toni Batista mais um texto em que os termos não chegam ao coração: a sujeira ia ficando para trás. Mas que não sejamos duros, Teresina é uma cidade sem lixeiras, e não são muitos que fazem suas vestimentas de tal objeto, e tem mais, juro se preciso for que as pouquíssimas que existem estavam cheias (eis um dos poucos erros logísticos).

E não só os fiéis fizeram a festa, vendedores de picolé, dindim, cremosinho, água mineral, refrigerantes, cerveja... O quê? Isso mesmo, na caminhada se viu de tudo, até quem quis juntar álcool e Deus.
Mas a caminhada foi divertida, cadenciada e animada. O sol que faz Teresina famosa pelo país fez-se apenas um detalhe, chegamos quase sem perceber ao palco montado próximo à UFPI que foi feito de ponto de chegada, ouvi não muito atento as palavras dos religiosos, que agradeceram aos que presentes fizeram-se, católicos ou não, aí me senti abraçado pelo Arcebispo de Teresina Dom Jacinto. Ouvi do jovem a frase que há anos não me invadia os ouvidos: e que o senhor vos acompanhe. Respondi como quem procura ar após uma longa corrida: amém. Apertei a mão de minha companheira, como que para conferir se o presente dos céus realmente existia. Caminhamos um pouco em silêncio, mas em minha mente uma música tão antiga quanto eu, que se não estou enganado, deve dizer assim: andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá.

Um comentário:

  1. Sr. Ronyere, bom dia , gostei muito da postagem sobre "Andar com fé eu vou", como teremos uma Mostra Cultural Cristã agora em Novembro com tema Juventude e Fé utilizei a logo, que ficou muito bonita! Gi Germano

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