Há anos fiz-me desertor das hostes católicas, dos que passei em
batalhão de frente nunca conquistei disposição suficiente para
acompanhar uma “Caminhada da Fraternidade”, evento que chega este
ano a maioridade e com uma temática que me chamou a atenção: A
gente bota fé na juventude.
A Igreja Católica mostra-se “antenada” com as discussões do
tempo, fez o hino da campanha triunfar reinante nos quatro cantos da
cidade, deixando a juventude na boca do mundo, desembocando no dia 9
de Junho de 2013 em que coligiu jovens de vario feitio. Espalhou
pontos de venda de kits por toda cidade, não comprou quem não tinha
ou quem não quis, com uma logística que impressiona pela eficácia,
com erros que não compromete o todo, fazendo valer ressaltar uma
tríade que raramente dá certo: Igreja/Estado/Iniciativa privada. No
entanto, com cada um buscando sua paga, tudo correu bem.
(Concentração da caminhada)
A concentração ocorreu no Adro da Igreja de São Benedito, templo
inaugurado ainda no século XIX “pelo missionário apostólico,
capuchino, Frei Serafim de Catânia, para servir de suntuoso pedestal
ao querido negro da Corte Celeste” (BATISTA, 1985, pág. 179.)
Em outras épocas o edifício servira de ponto de encontro para os
corações teresinenses que se enamoravam, este ano deu licença para
servir de ponto de partida à uma marcha pela fé, solidariedade e
esperança na juventude que parece se perder.
Ainda na concentração ouvi feliz aos pedidos do padre Toni Batista,
que não sujassem as ruas, pois quem ama cuida, mantém limpo; que
respeitassem os passos cadenciados de quem já muito viveu ou de quem
vive com alguma deficiência. Torci o nariz devido a multidão e
também por ter mentalizado o longo percurso que teria de percorrer,
mas este ato vil foi só um engano da mente, logo achei-me contagiado
pelo clima de festa, segurei na mão de minha companheira e abri o
espírito ao momento.
(Padre Toni Batista)
Após a celebração, deu-se início a caminhada, em poucos minutos a
Avenida Frei Serafim que sempre está tomada por carros, abriu alas
para dezenas de milhares de pessoas. Antes assim.
Logo de início percebi que tinham feito das palavras do Padre Toni
Batista mais um texto em que os termos não chegam ao coração: a
sujeira ia ficando para trás. Mas que não sejamos duros, Teresina é
uma cidade sem lixeiras, e não são muitos que fazem suas
vestimentas de tal objeto, e tem mais, juro se preciso for que as
pouquíssimas que existem estavam cheias (eis um dos poucos erros
logísticos).
E não só os fiéis fizeram a festa, vendedores de picolé, dindim,
cremosinho, água mineral, refrigerantes, cerveja... O quê? Isso
mesmo, na caminhada se viu de tudo, até quem quis juntar álcool e
Deus.
Mas a caminhada foi divertida, cadenciada e animada. O sol que faz
Teresina famosa pelo país fez-se apenas um detalhe, chegamos quase
sem perceber ao palco montado próximo à UFPI que foi feito de ponto
de chegada, ouvi não muito atento as palavras dos religiosos, que
agradeceram aos que presentes fizeram-se, católicos ou não, aí me
senti abraçado pelo Arcebispo de Teresina Dom Jacinto. Ouvi do jovem
a frase que há anos não me invadia os ouvidos: e que o senhor
vos acompanhe. Respondi como quem procura ar após uma longa
corrida: amém. Apertei a mão de minha companheira, como que
para conferir se o presente dos céus realmente existia. Caminhamos
um pouco em silêncio, mas em minha mente uma música tão antiga
quanto eu, que se não estou enganado, deve dizer assim: andar com
fé eu vou, que a fé não costuma faiá.
Sr. Ronyere, bom dia , gostei muito da postagem sobre "Andar com fé eu vou", como teremos uma Mostra Cultural Cristã agora em Novembro com tema Juventude e Fé utilizei a logo, que ficou muito bonita! Gi Germano
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