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terça-feira, 6 de julho de 2010

Pano, Linha... Amor

A consagrei-a mais bela de todas, que encanta meu canto no chuveiro, alegra minha poesia diária e incita minha oração noturna.
Em um vestido de renda me arrendou o coração, simplicidade cativa com evidente beleza altiva. Me cativa sua simplicidade, quase sempre de cabeça em pé e com sorriso no rosto, com bola pra frente e bola no chão.
Pensei em uma consagração mais nobre: princesa, deusa, rainha... Porém, nenhum título se mostrou nobre perante sua alusão, então achei conveniente ser conveniente e não penso em idolatrá-la, mas sim, em uma garota feita de pano, com linha, agulha e amor.
Passei a ser o mais lúdico dos apaixonados, segreguei-me da vaidade e agreguei-me na amplitude do ser, no seu sorriso e em sua preocupação, sem sentido quase sempre, já que quase sempre fomos afastados e abastados um do outro. Veio-me sem avisar, sem mandar prefácio ou pré-texto, ignorou a regra e a exceção, e talvez sem interesse, me teve completamente em mãos.
Decidi deixar-me alucinar, adormecer assustado procurando quem nunca vi ao lado, e assim, dia após dia, irei seguir o que reza a lenda e o que manda a prenda, deixar a beleza do “ser”, ser, vou deixar-la livre, para assim um dia quem sabe, possa bater em minha porta, possa e passe a se encantar por meu canto, que nesse dia sinta-se a vontade para se acomodar em meu recanto, boneca de pano minha, minha prece é que se apresse...

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